Talvez para Lili seja mais confortável se imaginar moinho de vento do que Don Quixote, pois há sempre a mística de ser dragão-escorpião, com a vantagem de que moinhos seguem seus cursos, indiferentes aos que ousam sonhar e ousam lutar pelo que sonham.
Enrolado em um cobertor rasgado ao meio – suficiente, porém, para cobrir todo o seu corpo –, ele dormia um sono profundo no banco da praça. Era um senhor sexagenário que, por analogia e por gracejo, havia recebido dos comerciantes locais e de seus consumidores ordinários o apelido de Zangado
Será que o cheiro das coisas são as coisas? As coisas dissolvidas em doses quânticas, carregadas pelo vento? Às vezes somos quase como as coisas: não fazemos ideia de nada…
Era início dos anos 80 e a memória daqueles anos são apenas flashes. Curiosamente recordo de dois episódios específicos…
Pois sim. Acredite! Se você consegue acreditar que o homem veio do barro e a mulher foi feita da costela do homem, por qual razão haveria de duvidar disto que lhe conto?
Era um cara que produzia um artefato sui generis, que usava quando queria que as aulas fossem suspensas…
No tempo escuro que se instalara, tudo ficava muito claro, quase transparente. Era preciso perder para não perder… para não se perder e para, um dia (quem sabe?), reencontrar.
Brincando com um importante conceito de nosso querido velhinho de longas barbas brancas, o Karl Marx, que define a luta de classes como o motor da história, arrisco a dizer que a insatisfação é o motor da luta de classes.