Publicado em 1938, este é um dos livros cuja leitura, desde os quatorze anos, sempre retomo e nunca me canso, porque parece que sempre encontro algo que eu não tinha visto antes, e o que antes havia visto reveste-se de uma novidade possibilitada pelo olhar apurado no tempo (= eufemismo para envelhecimento do leitor), ou pelo distanciamento da história – esta sim nunca envelhece. Trata-se de um romance sem igual, com personagens de uma humanidade extrema, marcantes, e uma história de encher-nos ora de raiva, ora de comoção. Apesar da ideia de redenção, presentíssima na narrativa, vale cada minuto que passamos percorrendo as entranhas deste livro e mergulhando no mundo de Eugênio e Olívia, cujos caminhos se encontram e desencontram, conforme as opções que vão tomando a partir das realidades com que vão se defrontando. Penso que neste romance Érico Veríssimo contrapõe a ideia de culpa pela idéia de responsabilidade, que é a parcela que cada um carrega a todo momento da vida.