Não chamarei juiz de herói, assim como não chamo político de mito nem de painho. É vasta a literatura que trata dessa antiga ideologia (poderíamos chamar de fenômeno?) de idolatria a pessoas, da ultrapersonalização e do fanatismo que entorpece análises reflexivas, que embaça a visão e que representa e prenuncia perigos recorrentes nesse endeusamento de pessoas…
Dito isto, é inegável a importância da atuação do ministro Alexandre de Moraes à frente dos processos contra os golpistas e em defesa do Estado Democrático de Direito (burguês, não nos esqueçamos).
Nesse papel, sua atuação funciona como um símbolo de resistência contra as ações dos golpistas que, frente à responsabilização de seus atos criminosos, hipocritamente reivindicam a “liberdade de expressão”, a “democracia” e (ironia do destino) até mesmo os “direitos humanos” – pois é, os direitos humanos que dia sim e dia também negam aos demais; os direitos humanos que, tivessem êxito na tentativa de golpe, negariam a todos aqueles (a nós) que ousassem questioná-los; os direitos humanos que, ao contrário do que dizem, estão sendo garantidos a eles, como a ampla defesa e o direito ao contraditório, como a dignidade no tratamento, sem tortura física ou psicológica, sem desaparecimentos forçados e tudo o mais típico do que acontece numa ditadura.
Assim, por um mínimo de decência, de senso moral e de noção de realidade, há que se repudiar veementemente a aplicação da lei Magnistiky contra Alexandre de Moraes e toda a tentativa de intervenção estrangeira nos assuntos de nosso país.
Os bandidos tentaram golpe de estado, fizeram de tudo para solapar a democracia e impor uma nova ditadura militar: foram às ruas com cartazes reivindicar uma reedição do AI-5 e a volta dos torturadores ao poder; tentaram, por meios violentos, impedir a diplomação de presidente legitimamente eleito; depois – também por meio da violência – ocuparam as sedes dos Três Poderes, depredaram patrimônio público e novamente incitaram as forças armadas a tomar o poder. Agora se fazem de vítimas.
Vão responder por seus crimes sim, e quem está insatisfeito que se mude para os EUA para experimentar a “liberdade” do governo fascista de Trump e ser deportado em seguida como vira-latas que são.
Um bom dia a todos, menos aos vassalos dos EUA.
