
Por Marcelo Siqueira
Em razão da reformulação do Estatuto dos Profissionais da Educação do Município de São Bernardo do Campo, realizamos, coisa de dois meses atrás, uma reunião com representantes das unidades escolares.
Na ocasião, planejamos uma apresentação sobre os documentos que fundamentam e norteiam a discussão, bem como um histórico dos Estatutos da Educação de nossa cidade.
Num dado momento da apresentação desse histórico, uma pessoa levantou a mão e perguntou se não daria para ir mais rápido, pular essa parte e ir direto ao que interessa, porque o que ela queria mesmo era saber de dinheiro no bolso.
Muito justo, justíssimo, aliás; mas fiquei pensando em como as pessoas vão perdendo sua identidade coletiva ao perder as referências históricas e preocupar-se exclusivamente com as questões imediatistas, por mais justas que sejam.
Uma colega, numa mistura de consternação e constatação sociológica, assim definiu essa fala: “É a geração fast food“…
Ja conhecia o termo de outros carnavais, mas considerei extremamente adequado à situação. Em tempos de suposto pós-modernismo, da falácia da sociedade do conhecimento e do predomínio da política de resultados, tem sobrado pouco tempo para a discussão reflexiva, pouco tempo para se pensar nos meios adequados para atingir os fins desejados, pois o que tem importado são os finalmentes. Daí, os resultados, em quaisquer áreas, são sempre os piores possíveis.
Instigado pelo reencontro com essa expressão – geração fast food -, fiz umas pesquisas rápidas na net para buscar algumas referências que pudessem alimentar e elucidar a questão. Descobri que em 2006 foi lançado um filme intitulado “Fast Food Nation” que, a julgar por interessante artigo que encontrei a respeito deste filme (http://cine7.blogspot.com/2007/05/gerao-fast-food.html), parece que vale a pena ser assistido. Encontrei também um interessantíssimo artigo da Professora Adelita Martinez, intitulado “A Geração Fast Food e a ‘Fast Education’” (http://www.artigos.etc.br/geracao-fast-food-fast-education.html/comment-page-1#comment-831), igualmente de leitura obrigatória, e o qual terei o prazer de socializar neste blog.
Quem sabe, juntarei aos dois artigos um terceiro, tratando da geração fast food na política. Ainda estou ruminando a ideia, mas poderia ser bem interessante essa trilogia…