Entre umas pedaladas aqui e outras ali (e dezenas de telefonemas para o banco BMG, que me tornou “cliente” à revelia), minha viagem no recesso e nessas férias será um caminho para dentro do mundo das palavras.
Um reencontro, um reencanto.
Para tanto, escolhi como companheira de jornada ninguém mais, ninguém menos que a jornalista/ escritora Eliane Brum, que se veste de palavras para por a nu os seus pensamentos mais profundos, dos mais variados temas (vida/ morte; política; meio ambiente; direitos humanos; memórias…).
Eliane Brum é uma cronista no sentido mais elevado do termo.
Preocupada e comprometida com a re-humanização dos sujeitos, extrapola a simples narrativa dos fatos e apresenta reflexões que resgatam uma dimensão humana ética, política e estética que nos é roubada cotidianamente pelo modo de produção e de relação capitalista.
Assim, em meio aos fatos e às narrativas dos fatos, Eliane nos presenteia com belíssimas lições apreendidas de suas experiências e leituras, como esta, irrefutável:
“É fácil compreender o desamor. O amor, não. O amor é um enigma”.
“A Menina Quebrada” (livro que escolhi como o primeiro a ser lido) é uma coletânea de colunas publicadas entre 2009 e 2013. Apesar de ser uma obra extensa (+ ou – 430 p.), o estilo envolvente de Eliane nos prende a atenção de tal maneira que nem se vê passar o tempo. Este terminei na semana do recesso mesmo. Tempus fugit.
A coluna que dá nome ao livro o fecha magistralmente. Não ouse a ler em primeiro lugar. Ou ouse. Mas leia !
📢💡👀❕
Eliane Brum é colunista do jornal El País e prorietária do site Desacontecimentos. Muitos de seus textos podem ser acessados livremente na internet.
Imagem em destaque: Capa do livro “A menina quebrada” e foto extraída do site El País.