Tem pra todo mundo, menos para políticos, grandes empresários, juízes e militares de alta patente (para estes, a boquinha só cresce)!
Dias depois de aprovar a famigerada reforma da previdência – que na prática acarreta o fim do direito à aposentadoria para a grande maioria da população pobre e trabalhadora – e dias depois de aprovar a cobrança de imposto sobre férias e 13º de acordo trabalhista, o governo Bolsonaro lançou hoje um pacote de maldades que, se aprovado, vai prejudicar ainda mais a vida da população mais pobre e trabalhadora.
Entre outras medidas, que atingem todos os trabalhadores brasileiros, o pacote mexe com o financiamento da saúde e da educação públicas, veda reajuste real do salário mínimo por dois anos, diminui para a metade (de 40% para 20%) as multas do FGTS que as empresas têm de pagar ao trabalhador por demissão sem justa causa e condiciona a efetivação dos direitos sociais (isto é, educação, saúde, segurança públicas etc) à situação financeira.
Tudo isso para continuar garantindo o pagamento da dívida pública.
Gás e luz nas alturas: “a nossa bandeira jamais será vermelha”?
Isso sem contar que, há poucos dias o governo Bolsonaro determinou cobrança de bandeira vermelha na conta de eletricidade, o que vai gerar aumento significativo da tarifa de luz, e autorizou novo aumento do gás de cozinha – o mesmo governo que, em campanha prometia reduzir o gás de cozinha para no máximo 30 reais e que, em abril passado, anunciou pretender reduzir o preço do gás de cozinha pela metade em até dois anos (LEIA AQUI) . Pelo visto, a estratégia de Bolsonaro é a mesma utilizada pelas empresas estelionatárias na “Black Friday”, sintetizada na expressão “Tudo pela metade do dobro!”, isto é: mais que dobrar os preços do gás de cozinha e depois aplicar uma “redução” que, ao final das contas, é fraudulenta.
Dilapidação do patrimônio nacional
Vender todo patrimônio público para favorecer o grande capital internacional, mesmo que signifique prejuízos bilionários para o país, é o carro-chefe desse governo, apesar do falso discurso de “patriotismo” de um governo que declaradamente estimula a queima indiscriminada da Amazônia e protege os que praticam crimes ambientais.
Para levar a cabo a velha política de favorecimento dos grandes capitalistas, apesar dos enganosos discursos de “renovação” e anticorrupção, Bolsonaro pratica os mesmos conchavos de governos anteriores: compra de votos por meio de emedas parlamentares, alianças com as castas corruptas do judiciário, do meio militar entreguista e, ainda, mantém envolvimento com a bandidagem miliciana acusada de assassinar a vereadora Marielle Franco e seu motorista Anderson Gomes no ano passado, ao mesmo tempo que desmonta órgãos de fiscalização e de controle financeiro – como o COAF – para proteger sua família e associados de investigações de corrupção.
Do fim do monopólio da Casa da Moeda ao leilão de reservas de petróleo, passando pela dilapidação da Eletrobrás e da Embraer, tudo o que for possível repassar para o controle das grandes empresas privadas e estatais estrangeiras está na mira do Governo Bolsonaro. A meta é liquidar o patrimônio público e a riqueza nacional com o objetivo explícito (e que o próprio governo admite) de continuar pagando a questionável dívida pública, que jamais foi auditada – isto é, beneficiar duplamente o grande capital, empresas multinacionais e bancos que independente da “cara” do governo continuam lucrando com o empobrecimento e endividamento da população.
[Continua…]