O ar está mais puro nos países confinados por coronavírus
Com isolamento, cai poluição do ar em São Paulo
Com praias vazias, 97 tartarugas-de-pente nascem em Pernambuco
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Já falei por aqui que a pandemia do covid-19 coloca em cheque as políticas neoliberais e a ideologia fascistóide defendida pelo bolsonarismo.
Acrescento, agora, que mais do que revelar que neoliberalismo e bolsonarismo são necropoliticas, a pandemia expõe a ineficiência e crueldade do próprio modo de produção capitalista.
Um exemplo simbólico disso é o fato de pessoas – a começar pelo presidente – colocarem a salvação das políticas economicas neoliberais acima do direito à vida humana, guiando-se por um falso dilema de que salvar tal política econômica seria salvar mais vidas, a despeito do fato de que não conter a pandemia tem provado ser mais catastrófico para a vida humana e… Para a economia!
Ao invés de lutarem por uma inversão na política econômica, que coloque o direito à vida acima do direito ao lucro e que, desta forma, obrigue o governo a adotar medidas concretas de salvaguardar a população durante este necessário período de distanciamento social, continuam a repetir seus mantras ideológicos, cegos que estão pelo fanatismo e pela idolatria dos idiotizados.
Felizmente, embora façam bastante barulho com seus sonoros mugidos, os bolsonaristas estão cada vez mais se reduzindo a comedores de alfafa e fornecedores de mocotó. Não se pode menosprezar, porém, o poder de seus chifres e de seus coices.
Queria, no entanto, chamar atenção para as matérias compartilhadas neste post.
Estas, e outras, têm indicado que a diminuição da produção capitalista tem se mostrado benéfica para a desaceleração da poluição no mundo.
Tal diminuição está longe de representar perigo real à existência do capitalismo, mas demonstra que é possível, urgente e necessário repensar o modo de produção e subverter a lógica destrutiva da busca do lucro que se coloca acima do direito à vida.
Enquanto isso não acontece, não seria demais, em prol da vida humana e da sobrevivência do planeta, que os governos no mundo todo, ainda que dentro dos marcos do modo de produção capitalista, adotassem mensalmente uma semana de parada geral.
O planeta agradece.