Vou contar uma coisa que, ao ver este post (grande ideia, aliás!), me fez lembrar de um cara que conheci no movimento secundarista. Não lembro quem, lamento, e os amigos da juventude que estão por aqui podem me ajudar a lembrar. O próprio pode se revelar, caso queira…
O fato é o seguinte: era um cara que produzia um artefato sui generis, que usava quando queria que as aulas fossem suspensas.
Tal artefato, dizia ele, levava alguns dias para ser preparado e quando usado tinha um efeito de levar à dispensa das aulas por dois, três dias.
Esse cara batizou o artefato de “bombosta”. Como o próprio nome sugere, tinha como principal ingrediente isso mesmo que vocês devem estar imaginando: cocô.
Mas não qualquer cocô. Segundo esse cara, era preciso usar cocô humano, pois já havia feito experimentos com ingredientes de outras origens e não tinha o mesmo efeito.
A produção era bem simples (sempre segundo esse cara): ele misturava alguma quantidade de cocô e urina – de sua própria cepa – em um pote de vidro e tampava bem firme. Cavava um buraco na terra e enterrava por uns dias.
Aquela mistura fermentava e quanto mais dias ficava embaixo da terra, mais fermentava e mais mal cheirosa ficava, de forma que quando jogava no pátio da escola levava dias para o fedor sair.
O único perigo, dizia ele, é que ao desenterrar o pote de vidro ficava num nível de pressurização bem delicado.
Enfim, não é que estou dando ideia, sabe, mas lembrei disso não sei porquê…
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Publiquei a presente memória primeiramente no Facebook. Então, o camarada Marcelo Buraco fez o seguinte relato:
“O químico responsável pela peripécia na escola era o Fagner, aquele amigo do Vlad Pto filho do Toledo que morava em São Caetano. Lembro quando ele contou isso pra nós na sede. Marcelo, mano véio, nosso Camarada Fagner infelizmente veio a falecer em 2009 em Montevidéo. Lembra que ele gostava de fotografar? Comprou equipamento bom e saiu pelo continente fotografando. Durante a campanha da Frente Ampla no Uruguai onde fotografava as pessoas num comício de Tabarez Vasquez, foi convidado para atuar na campanha. Casou-se com uma brasileira que vivia lá e ficou morando. Além disto ele trabalhava com entregas como motoboy. Um dia um carro da polícia em perseguição a outro veículo, bateu em sua moto quando ele fazia entrega. Ele caiu e veio a óbito. Os camaradas fizeram um ato na sede em São Caetano em sua memória. Até hoje tem o banner com a foto dele lá”.
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Agradeço ao Marcelo Buraco pelas informações.
Camarada Fagner, presente! Hoje e sempre! Que falta faz as suas “bombostas” neste momento!!!