Diálogos: A ação dos educadores em tempos de pandemia – Realidades e Perspectivas

Com a crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus, sem que houvesse um tempo para qualquer preparativo grande parcela dos profissionais da educação de São Bernardo do Campo se viram afastados do ambiente físico de trabalho, assim como boa parte dos trabalhadores e trabalhadoras do Brasil e do mundo.

Durante todo este período, temos trabalhado em jornadas extenuantes, garantindo presencialmente a efetivação de ações sociais nas escolas e o atendimento administrativo nas secretarias escolares. À distância, garantimos a continuidade das ações educativas e pedagógicas e a manutenção dos vínculos com alunos e famílias.

Literalmente estamos pagando para trabalhar, utilizando nossos próprios recursos materiais, fazendo dívidas para financiar equipamentos, pagando contas de energia elétrica altíssimas, pacotes de dados e, assim, custeando as ações com nossos próprios salários.

Ao mesmo tempo, enfrentamos graves ataques dos governos, como congelamentos salariais e de progressões, ameaças de cortes de salários e, mais recentemente, o anúncio de uma reforma administrativa que acarretará em sérios prejuízos aos trabalhadores e à população usuária dos serviços públicos. Isso sem contar a contínua campanha de difamação contra os servidores públicos, e em especial contra os educadores que trabalham diretamente no atendimento dos alunos.

Os governantes – inclusive Orlando Morando em SBC – não hesitam em tirar direitos dos servidores públicos e contar vantagens do trabalho realizado pelos educadores, mas escondem da população a falta de investimentos em equipamentos e em acesso à internet para profissionais da educação e para os alunos de nossa rede, muitos dos quais excluídos das atividades online.

Da parte dos governantes, sobra demagogia e falta diálogo. Submetidos a jornadas de trabalho insanas e tendo de lidar com novas e demasiadas demandas, diferentes segmentos de educadores solicitaram por vezes reuniões com a SE para esclarecimentos, para organização das ações, para propor encaminhamentos…

Diversos documentos foram produzidos e absolutamente nenhum foi respondido. Os profissionais da educação sequer foram ouvidos nas pesquisas oficiais sobre as possibilidades de retorno das atividades presenciais.

Por essas e outras estamos nos organizando! E todas as frentes de luta são importantes!

Venha debater ideias, construir propostas, refletir juntos sobre as possibilidades de ações, porque é na ação coletiva que nos tornamos sujeitos de nossa própria história 😉