Quantos abraços precisamos (não mais que dois) para que fique a saudade de um antes e de um depois inexistidos, um tanto de quero-mais e de bem-querer contidos numa vida incontida ainda por viver? Quantos silêncios seriam precisos para explicar a preciosa e imprecisa linguagem do olhar, dos sorrisos compartilhados em gestos espontâneos, simultâneos, sincronizados por encantamentos febris em instantes sutis? Quantos versos seriam suficientes para que não mais ou mesmo de repente explicar o pensamento e ser capaz de ver o que há por dentro ou não - de um coração que ao sabor dos ventos se abre colhendo tempo e tempestade? [M.S.]