Tudo em mim se vai
Tudo o que é meu
E tudo o q'eu poderia ter sido
Inclusive o que eu sou.
De mim apenas fica
Um pouco do que fui
E um tanto do que serei
(do que, na verdade, penso em ser)
Já não tenho medo de me perder
Mas 'inda me procuro a cada instante
Por isso escrevo como quem joga
Palavras ao vento,
Conchas ao mar,
Areia no deserto...
Sou isso mesmo
E nem mesmo sei quem sou
No espelho me desconheço,
As águas não me refletem,
O fogo não ilumina
Nem tampouco aquece.
Sua voz ainda assusta
Seu nome tange os signos
Mas não encontro eco na memória.
Todavia, persiste.
Assim, a sua ausência é tão concreta:
Às vezes desencontrada
Outras, jamais acontecida.
Talvez eu explique,
Talvez não entenda,
Contudo, esta é a minha vida.
[M.S.]
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