Vastidão

Bomba.

       Bamba

Bambu.

O frio corta a alma
que tropeça, calma,
                  sôfrega,
                  trôpega

Cana-de-açúcar
pinga, garapa, 
               tinta
ginga, gincana
cultura química

O corpo, veloz,
corta o vento

A navalha corta
            o tempo
esgotando-se
cada gota rubra
          e espessa

Espera. O dia custa 
a chegar 
Dia composto em roda 
                     de samba
                              raíz

                    Quem diz
que é mais forte
              que o infinito
pode até pensar bonito
            mas engana-se

                   Esgana-se
a cada minuto 
hora segundo
isso é o que eu lia
e me sentia diminuto
nesse mundo mundo
            vasto mundo

Uma rima,
uma solução,
para estar por cima
é aprender a dizer 
                         não

É uma pena!
Como no poema
mais vasto é esse meu 
                      coração.



Imagem em destaque: A Lua, de Tarsila do Amaral

Deixe um comentário

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s