Para Vivi – flor de março, presente de abril
sobre o céu de Marte
brilha o Sol de março
solitário
ventos varrem as colinas
levantam a poeira
vazios de poesia
sobre o chão rubro
fantasmas rasgam fantasias
e seus uivos, tal como lobos
sob Deimos
sob Fobos
são ocos - não os ouço
distante distante e a um passo
de um sonho, de um traço
no planisfério, no espaço
onde o globo sobrevoa
e os olhos nus alcançam
no lado oposto lá está ela
ao calar a noite
ao fechar de março
a estrela da manhã estreia
no outono sua primavera
uns a chamam de Vênus
outros a chamam de deusa
pela sua força vulcânica
pela sua chama ardente
a chamamos simplesmente
amor
[M.S. – Mar/2024]
Imagem em destaque: “O Nascimento de Vênus”, de Sandro Botticelli (1484-1485)