Não se trata do homem E seus atos, simplesmente. Trata-se de uma homogeneidade: Tempo, vida, esperança... Da brisa do mar Do cheiro de peixe Desse Mediterrâneo Atlântico ou Pacífico... Do registro em minha Memo-identidade Em meus neurônios fatigados... Dessa madrugada em casa Dos espíritos que rondam O amanhecer... Não se trata da imagem Do homem frente ao espelho. Trata-se de seu reflexo Perante o mundo: As coisas naturais Artificiais e sobrenaturais... Nomes talhados Nas árvores, nas rochas Nos arranha-céus Emaranhados montanhosos... A Patagônia tão perto O Saara tão perto: A impressão que se tem Desse silêncio deserto Desse momento de brilho Desse instante incerto... Não se trata da figura Dos figurinos menos ainda. Mas sim de sua representação Da ação que tece e destece Um novelo que não é de lã Lá no Ibirapuera No Amazonas e nessa vila Humaitá, Guarani ou América... Das águias, do Progresso (Que não chega) Da ordem que se mantém secular.... Da borboleta, esvaída, perder a cor Do fruto, muito provavelmente, Volver-se à flor. Não se trata do homem e seu codinome Da essência intangível, da eloqüência. Trata-se do prazer Da escrita descompromissada Das horas que se vão E chegam sem cessar Da lembrança de um sorriso E um perfume Do bem-querer Da mente tranqüila Desejando serenamente Outro anoitecer... [M.S.]
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