Quando acaba o que chamamos de infância

NOTA DA PEDRA LASCADA: Em tempos neoliberais, as pressões por resultados se multiplicam, as demandas se intensificam e o trabalho se torna cada vez mais multifacetado, complexo e profundamente burocratizado, ao mesmo tempo em que as condições salariais e de trabalho se precarizam vertiginosamente. Como consequência, cresce o desalento e a sensação de que só nos resta deixar o corpo boiar e a onda do mar nos levar, até que em algum momento recuperemos energia para retomar as braçadas.

Na educação não estamos imunes a este, digamos, fenômeno sócio-econômico e, por vezes, percebemos em nós e em nossos colegas sinais de que estamos chegando num ponto em que nos perderemos, sem possibilidade de nos encontrar. Neste sentido, comenta-se, muito, da necessidade de que os educadores e as educadoras, e especialmente os professores, as professoras e os profissionais do magistério, se reencantem com suas profissões – tarefa giganteca, dado o contexto explicitado acima.

Eis que nos deparamos com reflexões como as formuladas pela professora Geovanna Gomes, em seu artigo “Quando acaba o que chamamos de infância“, e percebemos que é possível renovar o encantamento pedagógico; existem muitos caminhos a trilhar e ele passa não apenas em olhar para a frente, mas sim essencialmente recuperarmos o olhar para a infância, buscando reconciliar a infância passada e a infância presente, a criança que fomos, e que carregamos conosco, e as crianças com que lidamos… Essa é uma viagem por nós e a nós mesmos, viagem necessária para se apurar os olhares, os sentidos e a razão. Assim, convidamos você a ler o artigo, publicado originalmente no blog Somos Todos Educadores.

Boa leitura!

Entre o arcabouço e o calabouço

Independência de classe é artigo raro entre a esquerda governista, acomodada ao status quo e em adesão cega à defesa do sistema capitalista (ainda que, quando chamada à consciência, entra em negação).

Esquerda capitalista nem é um contrassenso em si, mas esquerda neoliberal é um fenômeno e tanto.

Estamos em greve!

Estamos em greve!

Desde o dia 27 de Março os funcionários públicos de São Bernardo do Campo estão em greve, em sua maioria professoras e professores. Mas vocês sabiam que ao contrário do que pensam alguns, inclusive o prefeito da cidade, não gostamos de estar? Não gostamos de estar longe das nossas crianças, dos espaços de nossas escolas e dos nossos projetos. Ao contrário! Sabemos bem do papel que desempenhamos na sociedade e lidamos com sentimentos de culpa e frustração diariamente. Eu por exemplo, gostaria de estar fazendo tinta com o Urucum que deixamos secar, ele deve estar perfeito agora. Seria uma delícia escorregar no morro e ler história embaixo da sombra da árvore no gramado. Sem contar o calendário de abril que ainda não foi feito… Talvez o casulo já esteja vazio. Me pergunto também se perdemos a oportunidade de observar alguma chuva da janela. São tantas as narrativas que se fazem no cotidiano… Elas fazem falta! Fazem falta para as crianças, fazem falta para os professores. Não fazia parte do plano de ninguém parar, deixei um cartaz para terminar na sala dos professores, tesoura e cola também.

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